Quero começar esse texto com uma frase de Bert Hellinger: “Para ser exato, o ser humano não vem dos pais, mas por intermédio deles. A vida vem de bem longe e nós não sabemos que origem é essa.
Através dessa frase, Bert Helliger nos diz que a influência que a nossa relação com nossos pais tem na nossa vida pode pular gerações, e pessoas distantes de nós, como bisavós e tataravós que as vezes nem sequer conhecemos, podem estar exercendo uma influência direta na nossa história.
Reconhecendo nosso lugar no sistema, vemos que somos uma soma de muitas histórias. E todas elas são sintetizadas por nossos pais e na vida que eles passam para nós. Eles são o vínculo maior com o nosso sistema e nossa força. É através deles que acessamos tudo que veio antes e nos construiu.
Percebendo isso, podemos reconhecer que uma parte fundamental da nossa caminhada é a boa qualidade do vínculo com nossos pais. É uma ponte que liga os dois lados fundamentais do nosso sistema: Nós (presente e futuro) e nossos antepassados (nossa história).
Imagine o seu sistema como uma inteligência que está sendo construída há muito tempo. Através de muitas décadas, pessoas neste sistema se desenvolveram para trabalhar, cuidar, aprender novos ofícios, além do desenvolvimento natural que cada indivíduo tem a oportunidade ao caminhar nesta vida. Então, o que acontece quando interrompemos ou não aceitamos este vínculo? Primeiramente deixamos de acessar todo o fluxo da nossa história. E quando interrompemos este fluxo, nossa sensação de pertencimento fica fragilizada, trazendo um vazio na nossa vida.
Muitas pessoas sentem isso e buscam em experiências externas aquilo que realmente falta. Nós somos a soma de nossos pais, somos constituídos pelo material deles, passados a nós por eles. Se os negamos ou negamos sua história, estamos em um nível mais profundo, negando a nós mesmos.
A dualidade deste sentimento é um peso para qualquer indivíduo. Por isso, o caminho da cura passa pelo pai e pela mãe, e pela inclusão destes no coração e na vida de cada um. Ao reestabelecer o fluxo, recebemos o presente do pertencimento, de encontrar nosso lugar. Nos encontramos e podemos seguir adiante, com as peças da nossa história cada uma em seu lugar.
Alguns pais estiveram ou permanecem presos em seus emaranhamentos. Para uma criança, é sem dúvida, difícil aceitar o distanciamento e as dores de não ter um relacionamento correspondido com os nossos pais. É compreensível.
A dificuldade aparece quando crescemos e transformamos essa dor em julgamento, e imediatamente nos colocamos acima deles, como juízes. Há uma quebra da ordem que prejudica a todos.
Tenho pesquisado bastante a respeito desse assunto pois, em meus atendimentos com a Reprogramação Quântica Emocional, trabalho a reprogramação do padrão emocional da relação de meus clientes com seus pais, e sei o quanto é importante reformular a imagem que a nossa criança criou em relação aos nossos pais, imagem essa criada através da observação e de memórias geradas pelas experiências vivenciadas, resignificando e criando uma nova imagem deles, uma imagem mais amorosa, que traz leveza e harmonia à essa relação.
Nos próximos artigos vamos falar da importância e da influência da nossa relação com cada um deles, com nosso pai e com a nossa mãe.
Até lá!
PS. Alguns trechos desse texto são baseados em informações tiradas do Blog Ipê Roxo.
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